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sexta-feira, 26 de março de 2010

A ARTE DE CONTAR HISTÓRIAS


Além do lúdico, contar histórias contribui para o desenvolvimento infantil e estimula o hábito da leitura.

Perde - se no tempo a origem dos contos de fadas. Sabemos que os primeiros livros distribuídos sobre este assunto foram escritos por Perrault e pelos Irmãos Grimm, no século XVII e XVIII, respectivamente. Porém, isto não quer dizer que foram criados nesta época, porque estes escritores apenas retrataram as histórias que lhes tinha sido relatadas por pessoas, que por sua vez as tinham ouvido de seus pais e avós, histórias que pertenciam a cultura e tradição dessas famílias. Isto porque, como as histórias de fadas tratam de sentimentos inerentes ao ser humano, aos sentimentos básicos, elas têm uma tendência a surgirem espontaneamente como uma forma de expressá-los.
É a magia, o encantamento que caracterizam primeiramente os contos de fadas, seres enfeitiçados, encantados, situações que podem ser solucionadas, ou complicadas, através do inesperado, do irreal. Outra característica é a independência com o tempo e com o espaço, as histórias podem acontecer a qualquer hora e em qualquer lugar, simplesmente quando “ERA UMA VEZ...” as histórias são maniqueístas, ou seja, as pessoas têm qualidades extremas, não existe meio termo, elas são belas ou muito feias, se boas: de uma bondade extrema, se más: de uma qualidade sem limites.
Estas características dos contos de fadas vão ao encontro do fato do entendimento da criança se basear muito mais na emoção do que na razão, assim, as histórias vão dar um contexto e significado para as emoções que elas não conseguem entender. Podemos exemplificar esta situação pela presença constante das madrastas nas histórias de fadas, isso se dá pelo sentimento de ambiguidade que as crianças tem as vezes pelas mães. Como pode sua mãe meiga e carinhosa se tornar nervosa, tão brava e dando tantas broncas? É mais fácil entendê - la como madrasta má, que pode ser descartada facilmente, para dar lugar a mãezinha que ele tanto ama!
Assim, os contos de fadas auxiliam a estabilidade emocional das crianças. Por meio deles, as crianças podem encontrar respostas para suas ansiedades, duvidas e antever um futuro promissor. Uma prova disso é o fato dos contos de fadas acabarem sempre com um casal “FELIZ PARA SEMPRE”. Por quê? A criança vê seu pais felizes, e as histórias mostram que no futuro também lhe está reservado alguém com o qual ela viverá “feliz para sempre!”
Este tipo de conto propicia a compreensão de alguns fatos que a criança não consegue entender. Um exemplo é a história de chapeuzinho Vermelho: as crianças ouvem seus pais falarem do medo e tem medo também sem saber do que. O lobo funciona como um símbolo do perigo, de alguém com quem se precisa ter cuidado. Pronto! O medo tem cara, pelos dentes afiados: é um lobo! E o que acontece? Ele engole Chapeuzinho o que significa que os temores se concretizaram. Porém, quando aparece o caçador, ele abre a barriga do lobo e de lá sai Chapeuzinho Vermelho intacta e feliz. Esta história mostra a criança, que o medo tem forma, atua, mesmo que os terríveis males aconteçam, as ciosas podem acabar bem, o que lhe dará esperança e, consequentemente segurança.
Por todas essas razões, é importante os adultos, pais, avós, professores contarem histórias para suas crianças, porque além de estarem transmitido valores e exemplos de conduta, estes momentos trazem uma cumplicidade, que aumentam os laços afetivos, a confiança e a camaradagem.
Ler histórias para as crianças é muito desejável, amplia seus horizontes, trás novas perspectivas de vida, instaura o habito de leitura, porém, contar histórias pode ser um ato mais forte que ler histórias, isto porque quando o contador narra as histórias com suas próprias palavras ele dá mais confiabilidade a elas, mostra mais comprometimento com seu conteúdo e isso potencializa os benefícios citados anteriormente. E como tudo isso é mágico: a voz, com apenas entonações mais agudas ou graves, a variação do seu volume e da velocidade pode levar a criança á reinos mágicos construídos pela sua própria imaginação. E ainda, temos a nossa disposição, para aumentar a magia, desenhos, fantoches, bonecos, teatro de sombras e tantas outras técnicas.
É por tudo isso que as historias são mágicas e propiciam momentos de encantamento, porque existem crianças, mas também porque existem, e sempre existirão, homens e mulheres “crianças” que gostam de estrelas cintilantes, que se emocionam com coisas simples, que praticam o amor e acreditam em fadas...


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